segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vinicius De Moraes a Volta da Mulher Morena

Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
Meus amigos, meus irmãos, e vós que amais a poesia da minha alma
Cortai os peitos da mulher morena
Que os peitos da mulher morena sufocam o meu sono
E trazem cores tristes para os meus olhos.
Jovem camponesa que me namoras quando eu passo nas tardes
Traze-me para o contato casto de tuas vestes
Salva-me dos braços da mulher morena
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Aventureira do Rio da Vida, compra o meu corpo da mulher morena
Livra-me do seu ventre como a campina matinal
Livra-me do seu dorso como a água escorrendo fria.
Branca avozinha dos caminhos, reza para ir embora a mulher morena
Reza para murcharem as pernas da mulher morena
Reza para a velhice roer dentro da mulher morena
Que a mulher morena está encurvando os meus ombros
E está trazendo tosse má para o meu peito.
Meus amigos, meus irmãos, e vós todos que guardais ainda meus [últimos cantos
Dai morte cruel à mulher morena!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Poemas De Vinicius de Moraes



A anunciação

Montevidéu

Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...

A ausente

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar..

A Berlim

Rio de Janeiro

Vós os vereis surgir da aurora mansa
Firmes na marcha e uníssonos no brado
Os heróicos demônios da vingança
Que vos perseguem desde Stalingrado.

As mãos queimadas do fuzil candente
As vestes podres de granizo e lama
Vós os vereis surgir subitamente
Aos heróicos prosélitos do Drama.

De início mancha tateante e informe
Crescendo às sombras da manhã exangue
Logo o vereis se erguer, o Russo enorme
Sob um sol rubro como um punho em sangue.

E ao seu avanço há de ruir a Porta
De Brandemburgo, e hão de calar os cães
E então hás de escutar, Cidade Morta
O silêncio das vozes alemãs.
às vésperas da queda de Berlim

A bomba atômica


Einstein
Deusa, visão dos céus que me domina
...tu que és mulher e nada mais!
(Deusa, valsa carioca.)

I


Dos céus descendo
Meu Deus eu vejo
De pára-quedas?
Uma coisa branca
Como uma fôrma
De estatuária
Talvez a fôrma
Do homem primitivo
A costela branca!
Talvez um seio
Despregado à lua
Talvez o anjo
Tutelar cadente
Talvez a Vênus
Nua, de clâmide
Talvez a inversa
Branca pirâmide
Do pensamento
Talvez o troço
De uma coluna
Da eternidade
Apaixonado
Não sei indago
Dizem-me todos
É A BOMBA ATÔMICA.

Vem-me uma angústia.

Quisera tanto
Por um momento
Tê-la em meus braços
A coma ao vento
Descendo nua
Pelos espaços
Descendo branca
Branca e serena
Como um espasmo
Fria e corrupta
Do longo sêmen
Da Via Láctea
Deusa impoluta
O sexo abrupto
Cubo de prata
Mulher ao cubo
Caindo aos súcubos
Intemerata
Carne tão rija
De hormônios vivos
Exacerbada
Que o simples toque
Pode rompê-la
Em cada átomo
Numa explosão
Milhões de vezes
Maior que a força
Contida no ato
Ou que a energia
Que expulsa o feto
Na hora do parto.
II


A bomba atômica é triste
Coisa mais triste não há
Quando cai, cai sem vontade
Vem caindo devagar
Tão devagar vem caindo
Que dá tempo a um passarinho
De pousar nela e voar...
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar!

Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida da terra
E mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra…
Bomba atômica que aterra!
Pomba atônita da paz!

Pomba tonta, bomba atômica
Tristeza, consolação
Flor puríssima do urânio
Desabrochada no chão
Da cor pálida do helium
E odor de rádium fatal
Lœlia mineral carnívora
Radiosa rosa radical.

Nunca mais, oh bomba atômica
Nunca, em tempo algum, jamais
Seja preciso que mates
Onde houve morte demais:
Fique apenas tua imagem
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais:
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz!
III


Bomba atômica, eu te amo! és pequenina
E branca como a estrela vespertina
E por branca eu te amo, e por donzela
De dois milhões mais bélica e mais bela
Que a donzela de Orleans; eu te amo, deusa
Atroz, visão dos céus que me domina
Da cabeleira loura de platina
E das formas aerodivinais
- Que és mulher, que és mulher e nada mais!
Eu te amo, bomba atômica, que trazes
Numa dança de fogo, envolta em gazes
A desagregação tremenda que espedaça
A matéria em energias materiais!
Oh energia, eu te amo, igual à massa
Pelo quadrado da velocidade
Da luz! alta e violenta potestade
Serena! Meu amor, desce do espaço
Vem dormir, vem dormir no meu regaço
Para te proteger eu me encouraço
De canções e de estrofes magistrais!
Para te defender, levanto o braço
Paro as radiações espaciais
Uno-me aos líderes e aos bardos, uno-me
Ao povo, ao mar e ao céu brado o teu nome
Para te defender, matéria dura
Que és mais linda, mais límpida e mais pura
Que a estrela matutina! Oh bomba atômica
Que emoção não me dá ver-te suspensa
Sobre a massa que vive e se condensa
Sob a luz! Anjo meu, fora preciso
Matar, com tua graça e teu sorriso
Para vencer? Tua enérgica poesia
Fora preciso, oh deslembrada e fria
Para a paz? Tua fragílima epiderme
Em cromáticas brancas de cristais
Rompendo? Oh átomo, oh neutrônio, oh germe
Da união que liberta da miséria!
Oh vida palpitando na matéria
Oh energia que és o que não eras
Quando o primeiro átomo incriado
Fecundou o silêncio das Esferas:
Um olhar de perdão para o passado
Uma anunciação de primaveras!

A brusca poesia da mulher amada

Rio de Janeiro

Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor - oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.

A brusca poesia da mulher amada (II)

Rio de Janeiro

A mulher amada carrega o cetro, o seu fastígio
É máximo. A mulher amada é aquela que aponta para a noite
E de cujo seio surge a aurora. A mulher amada
É quem traça a curva do horizonte e dá linha ao movimento dos
astros.
Não há solidão sem que sobrevenha a mulher amada
Em seu acúmen. A mulher amada é o padrão índigo da cúpula
E o elemento verde antagônico. A mulher amada
É o tempo passado no tempo presente no tempo futuro
No sem tempo. A mulher amada é o navio submerso
É o tempo submerso, é a montanha imersa em líquen.
É o mar, é o mar, é o mar a mulher amada
E sua ausência. Longe, no fundo plácido da noite
Outra coisa não é senão o seio da mulher amada
Que ilumina a cegueira dos homens. Alta, tranqüila e trágica
É essa que eu chamo pelo nome de mulher amada.
Nascitura. Nascitura da mulher amada
É a mulher amada. A mulher amada é a mulher amada é a mulher
amada
É a mulher amada. Quem é que semeia o vento? - a mulher amada!
Quem colhe a tempestade? - a mulher amada!
Quem determina os meridianos? - a mulher amada!
Quem a misteriosa portadora de si mesma? A mulher amada.
Talvegue, estrela, petardo
Nada a não ser a mulher amada necessariamente amada
Quando! E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!

A brusca poesia da mulher amada (III)

Rio de Janeiro

A Nelita

Minha mãe, alisa de minha fronte todas as cicatrizes do passado
Minha irmã, conta-me histórias da infância em que que eu haja sido
herói sem mácula
Meu irmão, verifica-me a pressão, o colesterol, a turvação do timol, a
bilirrubina
Maria, prepara-me uma dieta baixa em calorias, preciso perder cinco
quilos
Chamem-me a massagista, o florista, o amigo fiel para as
confidências
E comprem bastante papel; quero todas as minhas esferográficas
Alinhadas sobre a mesa, as pontas prestes à poesia.
Eis que se anuncia de modo sumamente grave
A vinda da mulher amada, de cuja fragrância
já me chega o rastro.
É ela uma menina, parece de plumas
E seu canto inaudível acompanha desde muito a migração dos
ventos
Empós meu canto. É ela uma menina.
Como um jovem pássaro, uma súbita e lenta dançarina
Que para mim caminha em pontas, os braços suplicantes
Do meu amor em solidão. Sim, eis que os arautos
Da descrença começam a encapuçar-se em negros mantos
Para cantar seus réquiens e os falsos profetas
A ganhar rapidamente os logradouros para gritar suas mentiras.
Mas nada a detém; ela avança, rigorosa
Em rodopios nítidos
Criando vácuos onde morrem as aves.
Seu corpo, pouco a pouco
Abre-se em pétalas... Ei-la que vem vindo
Como uma escura rosa voltejante
Surgida de um jardim imenso em trevas.
Ela vem vindo... Desnudai-me, aversos!
Lavai-me, chuvas! Enxugai-me, ventos!
Alvoroçai-me, auroras nascituras!
Eis que chega de longe, como a estrela
De longe, como o tempo
A minha amada última!

A cidade antiga

Houve tempo em que a cidade tinha pêlo na axila
E em que os parques usavam cinto de castidade
As gaivotas do Pharoux não contavam em absoluto
Com a posterior invenção dos kamikazes
De resto, a metrópole era inexpugnável
Com Joãozinho da Lapa e Ataliba de Lara.

Houve tempo em que se dizia: LU-GO-LI-NA
U, loura; O, morena; I, ruiva; A, mulata!
Vogais! tônico para o cabelo da poesia
Já escrevi, certa vez, vossa triste balada
Entre os minuetos sutis do comércio imediato
As portadoras de êxtase e de permanganato!

Houve um tempo em que um morro era apenas um morro
E não um camelô de colete brilhante
Piscando intermitente o grito de socorro
Da livre concorrência: um pequeno gigante
Que nunca se curvava, ou somente nos dias
Em que o Melo Maluco praticava acrobacias.

Houve tempo em que se exclamava: Asfalto!
Em que se comentava: Verso livre! com receio...
Em que, para se mostrar, alguém dizia alto:
"Então às seis, sob a marquise do Passeio..."
Em que se ia ver a bem-amada sepulcral
Decompor o espectro de um sorvete na Paschoal

Houve tempo em que o amor era melancolia
E a tuberculose se chamava consumpção
De geométrico na cidade só existia
A palamenta dos ioles, de manhã...
Mas em compensação, que abundância de tudo!
Água, sonhos, marfim, nádegas, pão, veludo!

Houve tempo em que apareceu diante do espelho
A flapper cheia de it, a esfuziante miss
A boca em coração, a saia acima do joelho
Sempre a tremelicar os ombros e os quadris
Nos shimmies: a mulher moderna... Ó Nancy! Ó Nita!
Que vos transformastes em dízima infinita...

Houve tempo... e em verdade eu vos digo: havia tempo
Tempo para a peteca e tempo para o soneto
Tempo para trabalhar e para dar tempo ao tempo
Tempo para envelhecer sem ficar obsoleto...
Eis por que, para que volte o tempo, e o sonho, e a rima
Eu fiz, de humor irônico, esta poesia acima.

A cidade em progresso

A cidade mudou. Partiu para o futuro
Entre semoventes abstratos
Transpondo na manhã o imarcescível muro
Da manhã na asa dos DC-4s

Comeu colinas, comeu templos, comeu mar
Fez-se empreiteira de pombais
De onde se vêem partir e para onde se vêem voltar
Pombas paraestatais.

Alargou os quadris na gravidez urbana
Teve desejos de cúmulos
Viu se povoarem seus latifúndios em Copacabana
De casa, e logo além, de túmulos.

E sorriu, apesar da arquitetura teuta
Do bélico Ministério
Como quem diz: Eu só sou a hermeneuta
Dos códices do mistério...

E com uma indignação quem sabe prematura
Fez erigir do chão
Os ritmos da superestrutura
De Lúcio, Niemeyer e Leão.

E estendeu ao sol as longas panturrilhas
De entontecente cor
Vendo o vento eriçar a epiderme das ilhas
Filhas do Governador.

Não cresceu? Cresceu muito! Em grandeza e miséria
Em graça e disenteria
Deu franquia especial à doença venérea
E à alta quinquilharia.

Tornou-se grande, sórdida, ó cidade
Do meu amor maior!
Deixa-me amar-te assim, na claridade
Vibrante de calor!

A criação na poesia

Rio de Janeiro

(Ideal)
(fragmento)
O poeta parte no eterno renovamento.
Mas seu destino é fugir sempre ao homem que ele traz em si. 


O poeta:
Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo! 

Machado de Assis Cronologia

Cronologia
  
1805 – Casam-se, no Rio de Janeiro, Francisco José de Assis e Inácia Maria Rosa, avós paternos de Machado de Assis.

1806 – Nasce, no Rio de Janeiro, o pai de Machado de Assis, Francisco José de Assis. É batizado na igreja de N. S. do Rosário e São Benedito, então sé da cidade.

1809 – Casamento, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel dos Açores, de José e Ana Rosa, avós maternos do escritor.

1812 – Nascimento, em Ponta Delgada, de Maria Machado da Câmara, mãe do escritor.

1815 – Os avós maternos de Machado de Assis, José e Ana Rosa, embarcam para o Brasil, com a filha e um irmão, no movimento de imigração açoriana muito incentivado por D. João VI.

1821 – Nascimento de Maria Inês da Silva, que viria a ser madrasta do escritor.

1838 – Casam-se, no Rio de Janeiro, os pais de Machado de Assis, ele pintor e dourador, ela agregada da chácara da rica portuguesa D. Maria José de Mendonça Barroso, na capela da mesma, no Morro do Livramento.
1839 - Nasce a 21 de junho, no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis, filho legítimo de Francisco José de Assis e Maria Leopoldina Machado de Assis _ o nome Leopoldina fora por ela adotado no Brasil, provavelmente em homenagem à mãe de D. Pedro II. Nascimento de Casimiro de Abreu e Floriano Peixoto.

1840 – Maioridade de D. Pedro II.

1841 – Nasce a irmã do escritor, Maria.

1845 – Morrem, durante uma epidemia de varíola, a irmã do escritor, de quatro anos de idade, e D. Maria José de Mendonça Barroso, sua madrinha. Aprovação, na Inglaterra, do Bill Aberdeen, declarando piratas os navios negreiros brasileiros.

1847 – Nascimento de Castro Alves.

1849 – Morre, tuberculosa, Maria Leopoldina, mãe do escritor. Nascimento de Rui Barbosa.

1850 – Lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico de escravos para o Brasil.

1854 – Francisco José, pai de Machado de Assis, casa-se com Maria Inês da Silva. Neste ano, ao que tudo indica, o jovem Machado passa a trabalhar na tipografia de Paula Brito, na atual Praça Tiradentes. Em 3 de outubro de 1854, publicou, no Periódico dos Pobres ― ao menos do que chegou até nós ― o seu primeiro poema, o soneto “À Ilmª. Srª D.P.J.A”. Início da Guerra da Criméia.

1855 – Colabora regularmente com poemas na Marmota Fluminense, de Paula Brito. Nascimento de Artur Azevedo.

1856 – Admitido como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional, exercendo o ofício até 1858. Baudelaire publica Les fleurs du Mal.

1858 -  Segue como revisor de provas de Paula Brito. De 11 de abril desse ano até 26 de junho do seguinte, escreve em O Paraíba, de Petrópolis. Colabora igualmente no Correio Mercantil, do qual fora revisor de provas. Chega ao Rio de Janeiro o poeta português Faustino Xavier de Novais, irmão de Carolina, sua futura esposa..

1859 – Passa a escrever regularmente na revista O Espelho, fazendo crítica teatral, mas também em outros gêneros. Traduz, com outros colaboradores, O Brasil Pitoresco, de Charles Ribeyrolles. Casimiro de Abreu publica As primaveras.

1860 – Entra como redator para o Diário do Rio de Janeiro, onde permanece até 1867. Desse ano até 1875, escreve para A Semana Ilustrada, do alemão Henrique Fleuiss. Morte de Casimiro de Abreu.

1861 - Publica a comédia Desencantos e a tradução da sátira Queda que as mulheres têm para os tolos. Morte de Manuel Antônio de Almeida. Nascimento de Cruz e Sousa.

1862 – Colabora na revista O Futuro, de Faustino Xavier de Novais, e no Jornal das Famílias. Em 31 de dezembro assume o cargo de censor teatral no Conservatório Dramático Brasileiro.

1863 - Publica o Teatro de Machado de Assis, volume que se compõe de duas comédias, O Protocolo e O Caminho da Porta. Nascimento de Raul Pompéia.

1864 – Morre Francisco José, pai do escritor. Viaja até Barra do Piraí. Publica seu primeiro livro de versos, Crisálidas. Inicia-se a Guerra do Paraguai. Morte de Gonçalves Dias.

1866 – Com a morte, no Porto, da mãe de Faustino Xavier de Novais, sua irmã Carolina embarca para o Brasil. Publica a comédia Os deuses de casaca. Publica no Diário do Rio de Janeiro a sua tradução do romance Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo, que sai em três volumes no mesmo ano. Em visita a Faustino Xavier de Novais, que apresentava distúrbios mentais, conhece Carolina. Nascimento de Euclides da Cunha.

1867 - Agraciado por D. Pedro II com a Ordem da Rosa, no grau de cavaleiro. Nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial, cargo que exercerá até 1874. Morte de Baudelaire.

1868 - Em fevereiro, em resposta a uma carta aberta de José de Alencar, apresenta ao público o jovem poeta baiano Antônio de Castro Alves.

1869 – Faustino Xavier de Novais morre a 16 de agosto. A 12 de novembro, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, na capela particular da casa do Conde de São Mamede, no Cosme Velho.

1870 - Começa, a 23 de abril, a publicar no Jornal da Tarde uma tradução, logo interrompida , do romance Olivier Twist, de Dickens. Publica seu segundo volume de versos, Falenas, e Contos fluminenses. Castro Alves publica Espumas flutuantes. Termina a Guerra do Paraguai.

1871 – Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro. Morte de Castro Alves.

1872 - Publica seu primeiro romance, Ressurreição. Faz parte da comissão do Dicionário Marítimo Brasileiro.

1873 - Publica o livro de contos Histórias da meia-noite e a tradução de Higiene para uso dos mestres-escolas, do Dr. Gallard. Nomeado, a 31 de dezembro, 1º oficial da 2ª seção da Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

1874 - De 26 de setembro a 3 de novembro, publica, em O Globo, o romance A mão e a luva, editado em livro no mesmo ano.

1875 – Fundação da Gazeta de Notícias, onde Machado de Assis muito colaborará. Publica seu terceiro volume de versos, Americanas.

1876 - De julho desse ano a abril de 1878, escreve em todos os números da revista Ilustração Brasileira. De 6 de agosto a 11 de setembro, publica em O Globo o romance Helena, editado no mesmo ano. É promovido, em 7 de dezembro, a chefe de seção da Secretaria de Agricultura.

1877 – Morre seu grande amigo José de Alencar.

1878 - De 1º de janeiro a 2 de março publica, em O Cruzeiro, o romance Iaiá Garcia, editado no mesmo ano. Sua colaboração nesse jornal continua até 1º de setembro. Entra, a 27 de dezembro, em licença, e segue, doente dos olhos e dos intestinos, para Friburgo, onde fica até março de 1879. Nessa época concebe e começa a escrever Memórias póstumas de Brás Cubas.

1879 – Em junho começa a colaborar na Revista Brasileira. De 15 de julho desse ano até, pelo menos, 31 de março de 1898, escreve na revista A Estação, onde publica, entre outros trabalhos, o romance Quincas Borba (15 de junho de 1886 a 15 de Setembro de 1891).

1880 - Entra, a 6 de fevereiro, em licença de um mês, por estar sofrendo dos olhos. Designado, a 28 de março, oficial-de-gabinete do Ministro da Agricultura, Manuel Buarque de Macedo. Permanece exercendo as mesmas funções com o sucessor deste, Pedro Luís Pereira de Sousa. É representada, no teatro de D. Pedro II, a comédia Tu só, tu, puro amor..., por ocasião das festas organizadas pelo Real Gabinete Português de Leitura para comemorar o tricentenário de Camões. Publica, na Revista Brasileira, o romance Memórias póstumas de Brás Cubas (15 de março a 15 de dezembro de 1880).

1881 - Publica em volume as Memórias póstumas de Brás Cubas e Tu só, tu, puro amor... De 18 de dezembro desse ano até 28 de fevereiro de 1897, escreve com assiduidade na Gazeta de Notícias; esporádica, a sua colaboração vai até o número de 2 de junho de 1904. Entre outras seções, redige as famosas crônicas intituladas “A Semana”. Morte de Dostoiévski.

1882 - Publica o livro de contos Papéis avulsos. Entra, a 5 de janeiro, em licença de três meses, para tratar-se fora do Rio, viajando para Nova Friburgo.

1884 - Publica Histórias sem data. Muda-se, com Carolina, para a Rua Cosme Velho, 18, onde viverão até a morte de ambos. Antes haviam morado nas ruas dos Andradas, Santa Luzia, da Lapa, das Laranjeiras e na do Catete. O chalé em que viveram, um dos cinco de propriedade da Condessa de São Mamede, viria a ser demolido na década de 1930.

1885 – Morte de Victor Hugo.

1886 - Sai o volume Terras, compilação para estudo, por ele redigido.

1888 - É elevado, por decreto da Princesa Isabel, Regente do Império, a oficial da Ordem da Rosa. Lei do 13 de Maio. Desfila, a 20 do mesmo mês, no préstito organizado para celebrar a Abolição. Raul Pompéia publica O Ateneu.

1889 - É promovido, em 30 de março, a diretor da Diretoria de Comércio da Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Proclamação da República e exílio da família imperial.

1890 – Viagem a Minas Gerais, em companhia de Carolina e da família do barão de Vasconcelos, a convite dos diretores da Companhia Pastoril Mineira, visitando as cidades de Juiz de Fora, Barbacena e Sítio, atual Antônio Carlos. Aluísio Azevedo publica O cortiço.

1891 – Publicação em volume do romance Quincas Borba. Falecimento de Maria Inês, madrasta de Machado de Assis. O escritor comparece ao enterro acompanhado por Coelho Neto. Morte de D. Pedro II, em Paris. Morte de Rimbaud.

1893 – Com a reforma administrativa deste ano, quando a Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas se transforma em Secretaria da Indústria, Viação e Obras Públicas, passa a exercer o cargo de diretor-geral da Viação.

1895 - De dezembro desse ano a outubro de 1898, escreve na Revista Brasileira (fase Veríssimo). Suicídio de Raul Pompéia. Morte de Pasteur. É realizada, em Paris, a primeira sessão de cinema.

1896 - Publica Várias histórias. Aclamado, em 15 de dezembro, para dirigir a primeira sessão preparatória da fundação da Academia Brasileira de Letras, tem parte preponderante na criação desse instituto que preside até morrer. Morte de Floriano Peixoto.

1897 – Guerra de Canudos.

1898 - É posto em disponibilidade, no dia 1 de janeiro, em virtude da reforma no Ministério da Viação. Volta ao Ministério, como secretário do Ministro Severino Vieira. Exerce depois as mesmas funções com Epitácio Pessoa e Alfredo Maia. Sílvio Romero publica o seu livro arrasador sobre Machado de Assis.

1899 - Publica Dom Casmurro e Páginas recolhidas.

1901 - Publica Poesias completas, onde aparece o seu novo e maior livro de poemas, Ocidentais. Santos Dumont circunavega a Tour Eiffel.

1902 – Nomeado, em 18 de dezembro, diretor-geral de Contabilidade do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas. Publicação de Os sertões.

1904 - Publica o romance Esaú e Jacó. Segue em janeiro para Friburgo, com a esposa enferma. A 20 de outubro morre Carolina, dias antes de completarem 35 anos de casados. Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro.

1906 - Publica Relíquias de casa velha, que abre com o célebre soneto “A Carolina”. Santos Dumont faz o primeiro vôo com o 14 Bis. Morte de Pedro Américo.

1908 - Publica seu último romance, o Memorial de Aires. Entra, a 1º de junho, em licença para tratamento de saúde. Na madrugada de 29 de setembro, às 3h20m, morre em sua casa, à Rua Cosme Velho, 18; é enterrado, segundo determinação sua, na sepultura de Carolina, jazigo perpétuo 1359, no cemitério de São João Batista. Nascimento de João Guimarães Rosa

Machado de Assis Relaçao de biografias

Relação de biografias
  
ABREU, Modesto de. Machado de Assis. Rio de Janeiro: Norte, 1939. 86 p. Contém: um Intróito.Três partes: o homem; O escritor; Inéditos e omitidos; 9 capítulos na 1ª parte: 1. O filho do pintor - de - liso 2. O enteado de Maria Inês 3. O menino de escola 4. O caixeiro de papelaria 5. O sacristão 6. O aprendiz de tipógrafo 7. O revisor de provas 8. O jornalista 9. O funcionário público; 2ª parte: os gêneros, 7 capítulos: 1. O romancista 2. O novelista 3. O cronista 4. O crítico 5. O comediógrafo 6. O poeta 7. O epistológrafo; 3ª parte: 8 capítulos: 1. Queda que as mulheres têm para os tolos 2. Os versos íntimos 3. Virginius 4. Hino do cristão 5. Lua da estiva noite 6. Um soneto em francês 7. Soneto circular 8. Soneto a Ernesto Cybião ;o soneto “Réfus” , com tradução de Modesto de Abreu, intitulado “A recusa”. No propósito do autor, o livro objetiva “ meditar e interpretar toda a vasta obra de Machado de Assis, através de trinta volumes que na verdade valem quantitativamente pelo dobro; comparar e comentar as obras e os opúsculos a que a complexa obra deu causa; reconstituir e explicar os episódios mais característicos da sua vida pública e particular “( p.9) . Esgotado. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras

ALMEIDA, Heloísa Lentz de. A vida amorosa de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Central, 1939. 94 p. Contém: foto de D. Carolina, logo após o casamento; foto de Machado de Assis aos 24 anos; 7 capítulos que objetivam ser, nas palavras da autora, “ uma espécie de filmagem dos perfis femininos que, profunda ou superficialmente, impressionaram o nosso maior romancista” ( p. 94). Apóia - se em notícias de jornais, em obras do autor e “na complacência de muitos amigos do casal Machado de Assis” (p. 94). Esgotado. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

BARBOSA, Francisco de Assis. Machado de Assis em miniatura. São Paulo: Melhoramentos, 1957. 64 p. Contém: retrato de Machado de Assis; Advertência; 15 capítulos: 1. O menino diabo 2. Aprendiz de tipógrafo 3. “Mon cher Machado” 4. Na barricada 5. Núpcias 6. Plena ascensão 7. A pedra no meio do caminho 8. O Quebra- Nozes 9. Senhor Diretor 10. A bota parlamentarista 11. Democracia nas Letras 12. Espinhos 13. O beijo da posteridade 14. A consagração póstuma 15. Roteiro machadiano; Obras editadas em vida; Obras de publicação póstuma. Objetiva, segundo o autor, “ recompor a fisionomia moral e intelectual do criador de Dom Casmurro”. O roteiro é seletivo: registra 39 obras sobre o escritor. Esgotado. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

BELLO, José Maria. Retrato de Machado de Assis. Rio de Janeiro: A Noite, 1952. 319 p. Contém: 1 prefácio ; 12 capítulos: 1. Tomada de contato 2. Infância e adolescência 3. Ascensão 4. O homem e o meio 5. O duplo Machado de Assis 6. Poesia e teatro 7. Folhetim e crítica 8. Do romantismo ao humorista 9. Influências filosóficas 10. A trilogia 11. Os últimos romances e os contos 12. Discursos e correspondência. Estilo e ironia de Machado de Assis. Esgotado. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

FONSECA, Manuel José Gondim de. Machado de Assis e o hipopótamo. Uma revolução biográfica. 6.ed. e última, de tiragem limitada. Rio de Janeiro: São José, 1974. 328 p. Contém: ilustração iconográfica; fac-similes de documentos ligados à árvore genealógica do escritor; Prefácio; três partes; Anexos. 1ªa parte ( 1839-1853): 4 capítulos, sem título. 2ª parte ( 1854- 1869): 5 capítulos, sem título; 3a. parte ( 1870-1908): 5 capítulos, sem título. Anexos: 1. Nota (Cronologia de fatos importantes no Brasil e alhures ocorridos durante a vida de Machado de Assis”, nenhum deles relacionado diretamente ao escritor. 2. Cronologia 3. Machado e a lenda 4. A mãe de Machado de Assis. 5. Os padrinhos de Machado de Assis 6. Efemérides machadianas. Fundamenta-se assumidamente numa óptica psicanalítica de base freudiana. No Prefácio, critica asperamente as biografias publicadas por Alfredo Pujol e Lúcia Miguel Pereira. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

GRINBERG, Keila, Grinberg, Lucia e Almeida, Anita Correia Lima de,. Para conhecer Machado de Assis. 2005. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 124 páginas.

MAGALHÃES JUNIOR, Raymundo. Vida e obra de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. 4 volumes: vol. 1: Aprendizado. Contém: Prefácio do autor; 30 capítulos: 1. O menino do Livramento 2. Um péssimo começo 3. Primeiras amizades literárias 4. Entre a mãe e a Natureza 5. Da poesia para a prosa 6. No tempo da Petalógica 7. Sonhos de glória 8. A sempre lembrada Candiani 9. Na equipe de O Brasil Pitoresco 10. Na redação de O Espelho 11. O segundo amor 12.A escalada do jornalismo 13. O fim de Ribeyrolles 14. À sombra das Arcádias 15. Sem tédio à controvérsia 16. O censor do Conservatório 17.Do anonimato à auto - afirmação 18. Machado e a Questão Christie 19. O adeus a Corina 20. De cronista a contista 21. Sileno, o amigo dos moços 22.Machado de Assis e o Império Mexicano. 23. Em defesa da liberdade religiosa 24. Uma bomba de retardamento 25. Um militante do liberalismo 26. A publicação das Crisálidas 27. A falsa polêmica 28. Machado e a guerra com o Paraguai 29. O servidor de três amos 30. Chuva de cartas - abertas; vol. 2 : Ascensão: Contém mais 20 capítulos, em seqüência: 31. Um Cavaleiro da Rosa na burocracia 32. O primado da Crítica 33. Namoro sem palavras e noivado repentino 34. O casamento 35. Críticas às avessas 36. Dificuldades. Trabalhos e alegrias. 37. Das Falenas aos Contos fluminenses 38. Retorno ao Conservatório. 39. O primeiro romance 40. Machado paga culpas de Taunay 41. A proibição de Os Lazaristas. 42. Nas águas de José de Alencar 43. O último carabineiro do indianismo 44. O nascimento de Manassés 45. Chefe de Seção efetivo 46. Nascimento de Eleazar 47. Quando Eça escandalizava Machado 48. Sob a ameaça de cegueira 49. Um Papa da literatura semeia ventos 50. Quase ministro; vol. 3: Maturidade. Contém: mais 22 capítulos, em seqüência: 51. Triunfos da maturidade 52. A morte do “Saco de Espíritos” 53. Machado maneja a sátira 54. O mestre do conto 55. Entre as letras e a música 56. No retiro do Cosme Velho 57. O repetidor de si mesmo 58. A festa das Crisálidas 59. Um versejador saudosista 60. O ano da Abolição 61. Quase conselheiro 62. A viagem a Barbacena 63. Em campanha pelo direito autoral 64. Machado versus João Brígido 65. Novas amizades 66. A repercussão de Quincas Borba 67. No tempo do “Encilhamento” 68. Acusações e louvores 69. Poesias familiares 70. Machado julgado e Machado julgador 71. Alegrias e tristezas de 1895 72. A ante-sala da Academia; vol. 4: Apogeu. Contém 23 capítulos, em seqüência: 73. Convivência com os republicanos 74. Na presidência da Academia 75. A instalação da Academia 76. O drama de um adido 77. As primeiras baixas na “imortalidade” 78. A desforra de Sílvio Romero 79. Os defensores de Machado 80. Salada bem temperada 81. O ano de Dom Casmurro 82. Um postulante irresistível 83. Da “ Panelinha” às Poesias completas 84. O grande eleitor 85 . A doença de Carolina 86. A grande desgraça 87. Solidão e amargura 88. Vivendo com o pensamento na morte 89. Relíquias de casa velha 90. Cartas que são remédio 91. Crise na torre de marfim 92. Cortesias com chapéu alheio 93. A longa agonia 94. O fim do suplício 95. Ao encontro de Carolina. Apresentação, com organização nova, do resultado da exaustiva pesquisa que informa mais de uma centena de artigos, ensaios e prefácios e os livros anteriores: Machado de Assis desconhecido (1955), Ao redor de Machado de Assis : pesquisas e interpretações (1958), Machado de Assis funcionário público ( 1958). Objetiva, assumidamente, “ evocar, com maior rigor cronológico e com mais ampla documentação, a vida e a obra de Machado de Assis, sua formação intelectual e o meio em que desenvolveu sua atividade” ( p. 1, do prefácio do vol. 1). Contrapõe-se aos trabalhos de biógrafos anteriores, como Lúcia Miguel Pereira, Mário Matos, Heloísa Lentz de Almeida. Não traz interpretação da obra. Edição comercializada. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. A Juventude de Machado de Assis. Revista Brasileira de Cultura. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 11, 1972, p. 119-25.

MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. Machado de Assis desconhecido. 2 ed. ref., aum. e corr. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1955. "Levantamento de alguns aspectos da vida e da obra do autor que permaneciam obscuros ou ignorados, e um esforço no sentido de ampliar algumas das pesquisas já iniciadas, mas não aprofundadas, por vários dos seus comentadores e biógrafos" (prefácio do autor). Contém 22 capítulos: Machado de Assis e o culto cívico a Tiradentes; O cronista assanhado e o Barão Camoniano; Machado de Assis e a questão Christie; Machado de Assis e o imperialismo; Machado de Assis e a Guerra do Paraguai; A "estrela" do Alcazar; Machado de Assis e a política; Machado de Assis e o conselheiro Zacarias; O bilingüismo de Machado de Assis; Machado de Assis e a abolição; O burocrata Machado de Assis; Crônicas que não são de Machado; As repetições de Machado de Assis; O deturpador de citações; O nativismo de Machado de Assis; Profissão de fé literária; A influência de Carolina; A "desconhecida"; O espírito associativo de Machado de Assis; Machado de Assis e os testamentos; Machado de Assis e a religião; Cronologia de Machado de Assis. Disponível para consulta na Biblioteca da Academia Brasileira de Letras

MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. Machado de Assis, funcionário público: no Império e na república. Rio de Janeiro: Ministério da Viação e Obras Públicas - serviço de documentação, 1958.

MASSA, Jean-Michel. La Bibliothèque de Machado de Assis. Revista do Livro. Rio de Janeiro: INL, 21-22, mar/jun, 1961, p. 195-238.

MASSA, Jean-Michel. A juventude de Machado de Assis. 1839-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. Contém: Introdução; guia bibliográfico; quatro partes: 1ª parte: O aprendizado das letras; capítulos: 1. Infância e primeira adolescência; 2. Primeiras poesias ( janeiro de 1855 - julho de 1856) 3. Os primeiros passos na prosa ( junho de 1855- abril de 1858). 2a. parte: O engajamento; capítulos: 4. 1858- 1859 5. “O espelho” : Machado de Assis “Tête de vingt ans” 6. O ofício de jornalista: “ O Diário do Rio de Janeiro” 3a. parte: Altos e baixos; capítulos: 7. Machado de Assis: homem de teatro 8. O ponto mais baixo da maré: o futuro ( setembro de 1862- fins de 1862) 9. Crisálidas ( 1864) 10. O correspondente da “Imprensa Acadêmica” de São Paulo 11. Ao acaso: junho de 1864 - maio de 1865 12.A encruzilhada ( 1865-1867) 4a. parte: A maré calma; capítulos: 13. Machado de Assis contista ( 1864- 1869) 14. O homem 15. A obra: “Falenas”, “Contos fluminenses”. Apêndice. Índice dos principais nomes citados ( autores e lugares); índice das obras e dos periódicos citados. Biografia assumidamente “ intelectual, espiritual e literária de Machado de Assis”. O autor polemiza com os biógrafos que o antecederam. Consultar em bibliotecas.

MATOS, Mário. Machado de Assis. O homem e a obra. Os personagens explicam o autor. São Paulo: Nacional, 1939. Contém: Breve nota explicativa; três partes. 1ª parte: O homem ; 5 capítulos: 1. Infância, adolescência, mocidade 2. O meio, o temperamento apolítico de Machado de Assis 3. Tu só, tu, puro amor 4. O homem 5. Últimos momentos. A morte; 2ª parte: O escritor; 13 capítulos, em seqüência: 6. O escritor 7. O romancista 8. Brás Cubas 9. Quincas Borba 10. D. Casmurro 11. Esaú e Jacó 12. Memorial de Aires 13. Machado de Assis, contador de histórias 14. O cronista 15. O poeta 16. O comediógrafo 17. Correspondência. Conversando com amigos. Academia de Letras. O orador. 18 Machado de Assis e a crítica; 3ªa parte: Síntese; 1 capítulo, em seqüência: Significação da obra: humorismo. Os personagens explicam o autor. Objetiva, nas palavras do prefácio, “tratar mais do escritor do que do homem” , “ traçar a biografia psicológica do autor de Brás Cubas”, “ buscar as causas dos fatos e discipliná-las”. Esgotado. Disponível na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

MEYER, Augusto. Machado de Assis. 3. ed. Rio de Janeiro: Presença; Brasília: INL, 1975. Contém 14 capítulos: O homem subterrâneo; Relendo; "O delírio"; Flora; Entusiasta e místico; Na casa verde; O espelho; (Da introversão, parêntese); Sombra; Mas; Marginália; Anedota Machadiana; O delírio de Brás Cubas; Juízos críticos.


MONTELLO, Josué. Machado de Assis. Rio de Janeiro. Verbo, 1972. 136 páginas. Contém: volumosa documentação iconográfica; Capítulos: Auto-retrato; Espírito universal e clássico da língua; A vida; Os acontecimentos da época; Machado de Assis de perto; As obras; A arte da época; Antologia; As personagens; O Rio de Machado de Assis; Machado de Assis e a crítica; Bibliografia de Machado de Assis; Bibliografia sobre Machado de Assis.

MONTELLO, Josué. O Presidente Machado de Assis nos papéis e relíquias da Academia Brasileira 2.ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1986. 402 p. Contém: documentação iconográfica; Introdução do autor; 12 capítulos: 1. A Casa de Machado de Assis 2. Filosofia das folhas velhas 3. Um diário inédito de Machado de Assis. 4. Os dois confidentes de Machado de Assis 5. O confidente Mário de Alencar 6. Uma amizade por correspondência 7. O escritor diante de seu crítico 8. Machado de Assis ou José de Alencar? 9. Um diálogo epistolar sobre Machado de Assis. 10. Entre o conselheiro Aires e o embaixador Nabuco 11. As liberdades de Graça Aranha 12. A glorificação na Academia; um apêndice: Viagens ao redor de Machado de Assis ; Técnica do romance machadiano; índice onomástico. Revela aspectos novos e originais, amplamente fundamentados, em relação à biografia do escritor. Edição comercializada.

MONTELLO, Josué. Os inimigos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. 408 p. A vida e a e obra do escritor através das relações com a crítica. Amplamente ilustrada com fotos e fac-similes de documentos. Contém: Prefácio do autor; Conversa preliminar; 18 capítulos: O inimigo da machadolatria; As surpresas do mundo; As agressões radicais; Entre a crítica e o testemunho; Sem salamaleques nem louvores hábeis; Poeta contra poeta; As duas feições de Graça Aranha; Entre a louvação e a rejeição; No tempo das polêmicas; O tédio à controvérsia; A represália de Labieno; A difícil escolha; Encontros e desencontros; O salário do crítico; Ódio velho não cansa; Entre a convicção e a paixão; A agressão na própria Academia; O inimigo de Sílvio Romero. Documentário ( transcrição, na íntegra, por força de raros e esgotados de estudos e argüições): Luís Murat contra Machado de Assis; Sílvio Romero entre o louvor e a censura; A agressão de Sílvio Romero a Nabuco. Ìndice onomástico. Edição comercializada.


MONTELLO, Josué. Memórias Póstumas de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. Contém 8 capítulos: I. Nas crônicas II. Nos contos III. Nos romances IV. Nas poesias V. Nas cartas VI. No teatro VII. Na crítica VIII. Na evocação de amigos e instituições. Edição comercializada.

MOTTA, Arthur. Bio-bibliografia de Machado de Assis. In: Revista da Academia Brasileira de Letras. nº 147. Integra os “Perfis acadêmicos”, por ele elaborado, dos escritores pertencentes ao quadro de membros efetivos e a galeria dos respectivos patronos da Academia Brasileira de Letras. Contém: a bibliografia do autor, com as obras relacionadas na ordem cronológica do aparecimento em primeira edição; indicação das peças teatrais, tanto originais como traduzidas deixadas inéditas e, na maioria, extraviadas; os textos publicados em jornais e revistas; indicação de iconografia; relação de fontes para o estudo crítico da obra do autor; notícia biográfica e subsídios para o estudo crítico. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.


PAULA-FREITAS, Luis. Perfil de Machado de Assis. Terceira edição. Rio de Janeiro, Âncora, 1947. Primeira edição, Oficina gráfica de O Globo, 1939. 96 páginas. Contém: Introdução do autor; Capítulos: Primeiros tempos; A madrasta; Livros; Primeiros estros; Tipógrafo; Jornalista; Teatro; Temperamento; Viagens; Clássico; Polêmicas; O poeta; Funcionário; A esposa; A Academia; Mulheres; A natureza; Contos; A cidade; "Humour"; O seu tempo; A moléstia; Romances; Crítico; Cronista; Epistológrafo; Bibliografia; A morte; Síntese.

PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. Estudo crítico e biográfico. 6.ed. revista. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 1988. 1.ed.: 1936. Contém: 21 capítulos: 1. Perspectiva 2. O moleque 3. O operário 4. Transição 5. Jornalista 6. Machadinho 7 Carolina 8 Primeiros livros: poesia 9. Primeiros livros: prosa 10. “Seu Machado” 11. Confissões 12. Recolhimento 13. Maturidade 14. O criador 15. Consagração 16. O artista 17. O Conselheiro Aires 18. Ao pé do leito derradeiro 19. Pensamentos de vida formulados 20. Últimos dias 21 O escritor e o homem. Bibliografia. Índice onomástico e remissivo. A 5.ed. traz 15 ilustrações fora do texto, entre elas retratos de Machado de Assis aos 22, aos 35, aos 42, aos 45 anos; retrato de Machado de Assis com D. Carolina, sua esposa. 5. ed. disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.


PIZA, Daniel. "Machado de Assis, um gênio brasileiro".São Paulo: Imprensa Oficial/EDUSP, 2005.


PONTES, Eloy. A vida contraditória de Machado de Assis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1939. 328 p. Contém: 65 ilustrações fora do texto; 12 capítulos: 1. Atmosfera 2. Reticências 3. Primeiros passos 4. Nas trincheiras da Imprensa 5. Romantismo 6.A caminho do romance 7. Mãe, irmã, esposa e enfermeira 8. Gestos de dois sexos 9.O rosbife naturalista 10. Brás Cubas 11. Aires 12. À sombra das reticências; Anexos: O testamento do romancista; Lista de bens. Ed. comercial. Esgotado. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.


PUJOL, Alfredo. Machado de Assis. 2.ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1934. 1.ed. do mesmo ano. Consta de sete conferências integrantes de um curso ministrado na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo entre 29 de novembro de 1915 e 16 de março de 1917. Contém: os textos das conferências: 1 . Machado de Assis - adolescência e mocidade. Seus primeiros escritos. De tipógrafo a jornalista. O meio político e literário. Seus protetores e seus amigos. Crisálidas. Falenas. Americanas. 2. Machado de Assis- Os contos e os romances da sua primeira fase: Contos Fluminenses. Histórias da Meia - Noite. Ressurreição. A Mão e a Luva. Helena. Iaiá Garcia. 3. Machado de Assis - sua nova estética. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 4. Machado de Assis - Os contos da sua segunda fase: Papéis avulsos. Histórias sem data. Várias Histórias. Páginas Recolhidas. 5. Machado de Assis - Quincas Borba. Dom Casmurro. Esaú e Jacó. 6.Machado de Assis - O crítico e o cronista. 7. Machado de Assis - O poeta das Ocidentais. Seus últimos livros: Relíquias de Casa Velha. Memorial de Aires. Sua morte. Notas sobre as conferências. Alia dados biográficos e crítica literária. Obra esgotada. Disponível para consulta na biblioteca da Academia Brasileira de Letras.

VIANNA FILHO, Luís. A vida de Machado de Assis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1989. 1.ed. 1965. Ilustrado com duas fotos do biografado. Contém: Prefácio do autor; 12 capítulos: 1. Entre Cartago e Atenas 2. O velho senado 3. A Ordem da Rosa 4. A Galera de Ouro 5. O Quebra - Nozes 6. Brás Cubas 7. Cosme Velho 8. Vindiciae 9. O tempo perdido 10. A Garnier 11. A grande solidão 12. A folha no chão. Busca , nas palavras do autor, “fixar principalmente o homem, a fim de melhor entender o escritor” (Prefácio, p. 9)


WERNECK, Maria Helena. O Homem Encadernado: Machado de Assis na escrita das biografias. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996.

XAVIER, Lindolfo. Machado de Assis no tempo e no espaço. Rio de Janeiro: Editora Brasílica, 1940. 111 pg. Contém 25 capítulos: 1. A consagração; 2. Machado de Assis no Ministério da Viação; 3. Machado de Assis funcionário e artista; 4. Como surgem os gênios; 5. Luta contra o meio; 6. Um posto de observação; 7. O panorama político-administrativo; 8. Mutação de cenário; 9. Não havia lugar ao tédio; 10. A vida prática do autor de Dom Casmurro; 11. Onde surgem as abelhas, as borboletas e os colibris; 12. A vida íntima do filósofo; 13. A biblioteca - O gabinete - O Dr. Menezes; 14. José Veríssimo - Euclides da Cunha; 15. Arthur Azevedo; 16. A onda que passava; 17. Os mosqueteiros da Casa Real; 18. No remanso tranqüilo do Cosme Velho; 19. Três astros apagaram-se; 20. Aplicação do questionário de psicologia de Adler; 21. Uma impressão ao vivo; 22. O juízo da posteridade; 23. Breve estudo da obra literária de Machado de Assis; 24. Escala psicotécnica da luta ; 25. A gratidão nacional.

domingo, 3 de abril de 2011

Vida Cronologia da Vida e da Obra De Vinicius De Moraes




1913

Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.

1916

A família muda-se para a rua Voluntários da Pátria, nº 192, em Botafogo, passando a residir com os avós paternos, d. Maria da Conceição de Mello Moraes e Anthero Pereira da Silva Moraes.

1917

Nova mudança para a rua da Passagem, nº 100, ainda em Botafogo, onde nasce seu irmão Helius. Vinicius e sua irmã Lygia entram para a escola primária Afrânio Peixoto, à rua da Matriz.

1919

Transfere-se para a rua 19 de fevereiro, nº 127

1920

Mudança para a rua Real Grandeza, nº130. Primeiras namoradas na escola Afrânio Peixoto. È batizado na maçonaria, por disposição de seu avô materno, cerimônia que lhe causaria grande impressão.

1922

Última residência em Botafogo, na rua Voluntários da Pátria, nº 195. Impressão de deslumbramento com a exposição do Centenário da Independência do Brasil e de curiosidade com o levante do Forte de Copacabana, devido a uma bomba que explodiu perto de sua casa. Sua família transfere-se para a Ilha do Governador, na praia de Cocotá, nº 109-A, onde o poeta passa suas férias.

1923

Faz sua primeira comunhão na Matriz da rua Voluntários da Pátria.

1924

Inicia o Curso Secundário no Colégio Santo Inácio, na rua São Clemente.
Começa a cantar no coro do colégio, durante a missa de domingo. Liga-se de grande amizade a seus colegas Moacyr Veloso Cardoso de Oliveira e Renato Pompéia da Fonseca Guimarães, este, sobrinho de Raul Pompéia, com os quais escreve o "épico" escolar, em dez cantos, de inspiração camoniana: os acadêmicos.
A partir daí participa sempre das festividades escolares de encerramento do ano letivo, seja cantando, seja atuando nas peças infantis.

1927

Conhece e torna-se amigos dos irmãos Paulo e Haroldo Tapajoz, com os quais começa a compor. Com eles, e alguns colegas do Colégio Santo Inácio, forma um pequeno conjunto musical que atua em festinhas, em casa de famílias conhecidas.

1928

Compõe, com os irmãos Tapajoz, "Loura ou morena" e "Canção da noite", que têm grande sucesso popular.
Por essa época, namora invariavelmente todas as amigas de sua irmã Laetitia.

1929

Bacharela-se em Letras, no Santo Inácio. Sua família muda-se da Ilha do Governador para a casa contígua àquela onde nasceu, na rua Lopes Quintas, também já demolida.

1930

Entra para a faculdade de Direito da rua do Catete, sem vocação especial. Defende tese sobre a vinda de d. João VI para o Brasil para ingressar no "Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais" (CAJU), onde se liga de amizade a Otávio de Faria, San Thiago Dantas, Thiers Martins Moreira, Antônio Galloti, Gilson Amado, Hélio Viana, Américo Jacobina Lacombe, Chermont de Miranda, Almir de Andrade e Plínio Doyle.

1931

Entra para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR).

1933

Forma-se em Direito e termina o Curso de Oficial de Reserva.
Estimulado por Otávio de Faria, publica seu primeiro livro, O caminho para a distância, na Schimidt Editora.

1935

Publica Forma e exegese, com o qual ganha o prêmio Felipe d'Oliveira.

1936

Publica, em separata, o poema "Ariana, a mulher".
Substitui Prudente de Morais Neto, como representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica.
Conhece Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, dos quais se torna amigo.

1938

Publica novos poemas e é agraciado com a primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford (Magdalen College), para onde parte em agosto do mesmo ano.
Funciona como assistente do programa brasileiro da BBC.
Conhece, em casa de Augusto Frederico Schimidt, o poeta e músico Jayme Ovalle, de quem se torna um dos maiores amigos.

1939

Casa-se por procuração com Beatriz Azevedo de Mello.
Regressa da Inglaterra em fins do mesmo ano, devido à eclosão da II Grande Guerra. Em Lisboa encontra seu amigo Oswald de Andrade com quem viaja para o Brasil.

1940

Nasce sua primeira filha, Susana.
Passa longa temporada em São Paulo, onde se liga de amizade com Mário de Andrade.

1941

Começa a fazer jornalismo em A Manhã, como crítico cinematográfico e a colaborar no Suplemento Literário ao lado de Rineiro Couto, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco, sob a orientação de Múcio Leão e Cassiano Ricardo.

1942

Inicia seu debate sobre cinema silencioso e cinema sonoro, a favor do primeiro, com Ribeiro Couto, e em seguida com a maioria dos escritores brasileiros mais em voga, e do qual participam Orson Welles e madame Falconetti.
Nasce seu filho Pedro.
A convite do então prefeito Juscelino Kubitschek, chefia uma caravana de escritores brasileiros a Belo Horizonte, onde se liga de amizade com Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Hélio Pelegrino e Paulo Mendes Campos.
Inicia, com seus amigos Rubem Braga e Moacyr Werneck de Castro, a roda literária do Café Vermelhinho, à qual se misturam a maioria dos jovens arquitetos e artistas plásticos da época, como Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Reidy, Jorge Moreira, José Reis, Alfredo Ceschiatti, Santa Rosa, Pancetti, Augusto Rodrigues, Djanira, Bruno Giorgi.
Freqüenta, nessa época, as domingueiras em casa de Aníbal Machado.
Conhece e se torna amigo da escritora Argentina Maria Rosa Oliver, através da qual conhece Gabriela Mistral.
Faz uma extensa viagem ao Nordeste do Brasil acompanhando o escritor americano Waldo Frank, a qual muda radicalmente sua visão política, tornando-se um antifacista convicto. Na estada em Recife, conhece o poeta João Cabral de Melo Neto, de quem se tornaria, depois, grande amigo.

1943

Publica suas Cinco elegias, em edição mandada fazer por Manuel Bandeira, Aníbal Machado e Otávio de Faria.
Ingressa, por concurso, na carreira diplomática.

1944

Dirige o Suplemento Literário de O Jornal, onde lança, entre outros, Oscar Niemeyer, Pedro Nava, Marcelo Garcia, francisco de Sá Pires, Carlos Leão e Lúcio Rangel, em colunas assinadas, e publica desenhos de artistas plásticos até então pouco conhecidos, como Carlos Scliar, Athos Bulcão, Alfredo Ceschiatti, Eros (Martim) Gonçalves, Arpad Czenes e Maria Helena Vieira da Silva.

1945

Colabora em vários jornais e revistas, como articulista e crítico de cinema.
Faz amizade com o poeta Pablo Neruda.
Sofre um grave desastre de avião na viagem inaugural do hidro Leonel de Marnier, perto da cidade de Rocha, no Uruguai. Em sua companhia estão Aníbal Machado e Moacir Werneck de Castro.
Faz crônicas diárias para o jornal Diretrizes.

1946

Parte para Los Angeles, como vice-cônsul, em seu primeiro posto diplomático. Ali permanece por cinco anos sem voltar ao Brasil.
Publica em edição de luxo, ilustrada por Carlos Leão, seu livro, Poemas, sonetos e baladas.

1947

Em Los angeles, estuda cinema com Orson Welles e Gregg Toland. Lança, com Alex Viany, a revista Film.
1949
João Cabral de Melo Neto tira, em sua prensa mensal, em Barcelona, uma edição de cinqüenta exemplares de seu poema "Pátria minha".

1950

Viagem ao México para visitar seu amigo Pablo Neruda, gravemente enfermo. Ali conhece o pintor David Siqueiros e reencontra seu grande amigo, o pintor Di Cavalcanti.
Morre seu pai.
Retorno ao brasil.

1951

Casa-se pela segunda vez com Lila Maria Esquerdo e Bôscoli.
Começa a colaborar no jornal Última Hora, a convite de Samuel Wainer, como cronista diário e posteriormente crítico de cinema.

1952

Visita, fotografa e filma, com seus primos, Humberto e José Francheschi, as cidades mineiras que compõe o roteiro do Aleijadinho, com vistas à realização de um filme sobre a vida do escultor que lhe fora encomendado pelo diretor Alberto Cavalcanti.
É nomeado delegado junto ao festival de Punta Del Leste, fazendo paralelamente sua cobertura para o Última Hora. Parte logo depois para a Europa, encarregado de estudar a organização dos festivais de cinema de Cannes, Berlim, Locarno e Veneza, no sentido da realização dos Festival de Cinema de São Paulo, dentro das comemorações do IV Centenário da cidade.
Em Paris, conhece seu tradutor francês, Jean Georges Rueff, com quem trabalha, em Estrasburgo, na tradução de suas Cinco elegias.

1953

Nasce sua filha Georgiana.
Colabora no tablóide semanário Flan, de Última Hora, sob direção de Joel Silveira.
Aparece a edição francesa das Cinq élégies, em edição de Pierre Seghers.
Liga-se de amizade com o poéta cubano Nicolás Guillén.
Compõe seu primeiro samba, música e letra, "Quando tú passas por mim".
Faz crônicas diárias para o jornal A Vanguarda, a convite de Joel Silveira.
Parte para Paris como segundo secretário de Embaixada.

1954

Sai a primeira edição de sua Antologia Poética. A revista Anhembi publica sua peça Orfeu da Conceição, premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo.

1955

Compões em Paris uma série de canções de câmara com o maestro Cláudio Santoro. Começa a trabalhar para o produtor Sasha Gordine, no roteiro do filme Orfeu Negro. No fim do ano vem com ele ao Brasil, por uma curta estada, para conseguir financiamento para a produção da película, o que não consegue, regressando em fins de dezembro a Paris.

1956

Volta ao Brasil em gozo de licença-prêmio.
Nasce sua terceira filha, Luciana.
Colabora no quinzenário Para Todos a convite de seu amigo Jorge amado, em cujo primeiro número publica o poema "O operário em construção".
Paralelamente aos trabalhos da produção do filme Orfeu Negro, tem o ensejo de encenar sua peça Orfeu da Conceição, no Teatro Municipal, que aparece também em edição comemorativa de luxo, ilustrada por Carlos Scliar.
Convida Antônio Carlos Jobim para fazer a música do espetáculo, iniciando com ele a parceria que, logo depois, com a inclusão do cantor e violonista João Gilberto, daria início ao movimento de renovação da música popular brasileira que se convencionou chamar de bossa nova.
Retorna ao poste, em Paris, no fim do ano.

1957

É transferido da Embaixada em Paris para a Delegação do Brasil junto à UNESCO. No fim do ano é removido para Montevidéu, regressando, em trânsito, ao Brasil.
Publica a primeira edição de seu Livro de Sonetos, em edição de Livros de Portugal.

1958

Sofre um grave acidente de automóvel. Casa-se com Maria Lúcia Proença. Parte para Montevidéu. Sai o LP Canção do Amor Demais, de músicas suas com Antônio Carlos Jobim, cantadas por Elizete Cardoso. No disco ouve-se, pela primeira vez, a batida da bossa novas, no violão de João Gilberto, que acompanha acantora em algumas faixas, entre as quais o samba "Chega de Saudade", considerado o marco inicial do movimento.

1959

Sai o Lp Por Toda Minha Vida, de canções suas com Jobim, pela cantora Lenita Bruno.
O filme Orfeu negro ganha a Palme d'Or do Festival de Cannes e o Oscar, de Hollywood, como melhor filme estrangeiro do ano.
Aparece o seu livro Novos poemas II.
Casa-se sua filha Susana.

1960

Retorna à Secretria do Estado das Relações Exteriores.
Em novembro, nasce seu neto, Paulo.
Sai a segunda edição de sua Antologia Poética, pela Editora de Autor; a edição popular da peça Orfeu da Conceição, pela livraria São José e Recette de Femme et autres poèmes, tradução de Jean-Georges Rueff, em edição Seghers, na coleção Autour du Monde.

1961

Começa a compor com Carlos Lira e Pixinguinha.
Aparece Orfeu Negro, em tradução italiana de P.A. Jannini, pela Nuova Academia Editrice, de Milão.

1962

Começa a compor com Baden Powell, dando inicio à série de afro-sambas, entre os quais, "Berimbau" e "Canto de Ossanha".
Compõe, com música de Carlos Lyra, as canções de sua comédia-musicada Pobre menina rica.
Em agosto, faz seu primeiroshow, de larga repercussão, comAntônio Carlos Jobim e João Gilbert,na boate AuBom Gourmet, que daria início aos chamados pocket-shows, e onde foram lançados pela primeira vez grandes sucessos internacionais como "Garota de Ipanema" e o "Samba da bênção"
Show com Carlos Lyra,na mesma boate, paraapresentar Pobre menina rica e onde é lançada a cantora Nara Leão.
Compõe com Ari Barroso as últimas canções do grande compositor popular, entre as quais "Rancho das namoradas".
Aparece a primeira edição de Para viver um grande amor, pela Editora do Autor, livro de crônicas e poemas.
Grava, como cantor, seu disco com a atriz e cantora Odete Lara.

1963

Começa a compor com Edu Lobo.
Casa-se com Nelita Abreu Rocha e parte em posto para Paris, na delegação do Brasil junto a UNESCO.

1964

Regressa de Paris e colabora com crônicas semanais para a revista Fatos e Fotos, assinando paralelamente crônicas sobre música popular para o Diário Carioca.
Começa a compor com Francis Hime.
Faz show de grande sucesso com o compositor e cantor Dorival Caymmi, na boate Zum-Zum, onde lança o Quarteto em Cy. Do show é feito um LP.

1965

Sai Cordélia e o peregrino, em edição do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura.
Ganha o primeiro e o segundo lugares do I Festival de Música Popular de São Paulo, da TV Record, em canções de parceria com Edu Lobo e Baden Powell.
Parte para Paris e St.Maxime para escrevero roteiro do filme Arrastão, indispondo-se, subseqüentemente, com seu diretor, e retirando suas músicas do filme. De Paris voa para Los Angeles a fim de encontrar-se com seu parceiro Antônio Carlos Jobim.
Muda-se de Copacabana para o Jardim Botânico, à rua Diamantina, nº20.
Começa a trabalhar com o diretor Leon Hirszman, do Cinema Novo, no roteiro do filme Garota de Ipanema.
Volta ao show com Caymmi, na boate Zum-Zum.

1966

São feitos documentários sobre o poeta pelas televisões americana, alemã, italiana e francesa, sendo que os dois últimos realizados pelos diretores Gianni Amico e Pierre Kast.
Aparece seu livro de crônicas Para uma menina com uma flor pela Editora do Autor.
Seu "Samba da bênção", de parceria com Baden Powell, é incluída, em versão de compositor e ator Pierre Barouh, no filme Un homme… une femme, vencedor do Festival de Cannes do mesmo ano.
Participa do jurí do mesmo festival.

1967

Aparecem, pela Editora Sabiá, a 6ª edição de sua Antologia poética e a 2ª do seu Livro de sonetos (aumentada).
É posto à disposição do governo deMinas Gerais no sentido de estudar a realização anual de um Festival de Arte em Ouro Preto, cidade à qual faz freqüentes viagens.
Faz parte do jurí do Festival de Música Jovem, na Bahia.
Estréia do filme Garota de Ipanema.

1968

Falece sua mãe no dia 25 de fevereiro.
Aparece a primeira edição de sua Obra poética, pela Companhia José Aguilar Editora.
Poemas traduzidos para o italiano por Ungaretti.

1969

É exonerado do Itamaraty.
Casa-se com Cristina Gurjão.

1970

Casa-se com a atriz baiana Gesse Gessy.
Nasce Maria, sua quarta filha.
Início da parceria com Toquinho.

1971

Muda-se para a Bahia.
Viagem para Itália.

1972

Retorna à Itália com Toquinho onde gravam o LP Per vivere un grande amore.

1973

Publica "A Pablo Neruda".

1974

Trabalha no roteiro, não concretizado, do filme Polichinelo.

1975

Excursiona pela Europa. Grava, com Toquinho, dois discos na Itália.

1976

Escreve as letras de "Deus lhe pague", em parceria com Edu Lobo.
Casa-se com Marta Rodrihues Santamaria.

1977

Grava um LP em Paris, com Toquinho.
Show com Tom, Toquinho e Miúcha, no Canecão.

1978

Excursiona pela Europa com Toquinho.
Casa-se com Gilda de Queirós Mattoso, que conhecera em Paris.

1979

Leitura de poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, a convite do líder sindical Luís Inácio da Silva.
Voltando de viagem à Europa, sofre um derrame cerebral no avião. Perdem-se, na ocasião, os originais de Roteiro lírico e sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

1980

É operado a 17 de abril, para a instalação de um dreno cerebral.
Morre, na manhã de 9 de julho, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher.
Extraviam-se os originais de seu livro O dever e o haver.